Ribeirão Preto, 16 de Junho de 2025
Novas drogas trazem esperança para os pacientes com Degeneração Macular
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é a principal causa de perda visual em pacientes idosos. Aqueles que sofrem de DMRI podem notar que a parte central da visão está ficando borrada. Passa a não distinguir detalhes. Linhas retas tornam-se sinuosas, formas ficam distorcidas. Alguns percebem pontos cegos na visão. As atividades sociais podem se tornar embaraçosas devido à dificuldade de reconhecer faces, ler, escrever, costurar, dirigir, assistir TV e tomar parte em tantas outras atividades prazerosas da vida.
Até pouco tempo não havia muito o que oferecer para ajudar àqueles que sofriam com DMRI. Felizmente, nos últimos anos tivemos inúmeros avanços na compreensão da patologia e na pesquisa de novos tratamentos para esta doença. Graças às pesquisas desenvolvidas, hoje temos drogas e tratamentos disponíveis que podem diminuir a velocidade de progressão da DMRI e da perda visual. As mais novas drogas disponíveis para o tratamento da DMRI são os compostos anti-VEGF (inibidores da neovascularização). VEGF são substâncias liberadas pelas células da retina lesadas pela doença, e que são responsáveis pelo estímulo à proliferação de novos vasos sanguíneos - o que é indesejável na retina. Novos vasos fazem parte da patogênese das membranas neovasculares sub-retinianas e retinopatia diabética.
As novas drogas anti-VEGF são:
*  AVASTIN (Bevacizumab)
*  MACUGEN (Pegaptanib)
*  LUCENTIS (Ranibizumab)
O Avastin e o Lucentis são anticorpos monoclonais humanizados que agem contra todos os tipos de VEGF conhecidos, enquanto o Macugen é um oligonucleotídeo modificado, ou seja, uma droga desenvolvida em laboratório cuja ação é somente contra o VEGF165, o principal VEGF na retina humana. Todos são aplicados em injeções intravítreas em intervalos que variam de 4 a 6 semanas.
O Avastin foi desenvolvido pela Genentech como terapia endovenosa para pacientes com câncer de cólon metastático, onde atua inibindo a formação da rede vascular que supre o tumor, resultando em privação de oxigênio e nutrientes e, consequentemente, na inibição do crescimento tumoral. Devido ao sucesso obtido no câncer de cólon, passou a ser também utilizado com resultados promissores em casos de câncer de pulmão, rim e mama.
Devido ao seu mecanismo de ação, inibindo a formação dos neovasos, as drogas anti-VEGF passaram a ser pesquisadas em doenças oculares onde há neovascularização e edema macular, como retinopatia diabética, oclusões venosas, glaucoma neovascular, degeneração macular relacionada à idade e associada à membrana neovascular de coróide, onde a formação de neovasos sangüíneos são a causa da perda de visão.
Publicações recentes relatam a presença de VEGF elevado em todos os olhos com DMRI e membranas neovasculares, de forma que a inibição contínua do VEGF tem potencial real de trazer benefícios para pacientes com DMRI exsudativa.
Estudos ainda em andamento mostram que as três drogas anti-VEGF disponíveis trazem benefícios estatística e clinicamente significativos para pacientes com DMRI exsudativa, com melhora da angiofluoresceinografia (diminuição da área total de vazamento) e do exame de OCT (diminuição da espessura da retina) após sua aplicação intravítrea. Tanto o Avastin quanto o Lucentis resultaram também em melhora na acuidade visual em alguns pacientes.
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